Curtindo a Chapada Diamantina

Curtindo a Chapada Diamantina

Todo início de uma nova aventura, dar-se-á por um salto de pensamento, uma mudança de mente e a escolha perfeita do que se quer fazer.

Em 2019, resolvi conhecer um lugar que faz parte de meus sonhos de viagens, a Chapada Diamantina.

A ida para a chapada

A ida para a Chapada Diamantina foi a realização de um sonho, e, a escolha de como fazer deve ser bem estudada. A exemplo da escolha pela Chapada Soul, vimos seu site, pesquisei em seu insta e percebi o quão atenciosos são, um equipe fantástica e que me levou a conhecer uma Chapada Diamantina que superou minhas expectativas!

Pulando sobre o Marco Zero – Linha do Equador/Rorainópolis/Roraima

Pronto, após escolher o destino e com quem faria, fomos atrás de como chegar lá. Pesquisei em vários sites de passagens aéreas, até achar o melhor valor. Se saísse de Boa Vista iria pagar quase R$ 2.500,00, e saindo por Manaus (comprando pelo site das empresas das companhias aéreas) iria sair por volta de R$ 1.400,00 e por lá (sites de milhas), já com os descontos saíram por R$ 840,00 (ida e volta). Valeu muito a pena dar uma pesquisada (foram alguns dias tentando até achar o melhor valor).

  Teatro Amazonas – Manaus/Amazonas

Fui a Manaus de carro, pois na volta iria fazer alguns passeios em Manaus e em Presidente Figueiredo. Gastei um pouco com gasolina, mas tive a mobilidade de ir pra todo lado nessas duas cidades. Mas, caso deseje ir de ônibus, o valor médio praticado pelas empresas de transporte terreste de Boa Vista a Manaus está por R$ 170,00.

Lençóis – Bahia

Chegando na Bahia, compramos a passagem para Lençóis, município onde é o ponto de saída para o Parque Nacional da Chapada Diamantina. A empresa que que faz o translado se chama Rápido Federal, faz três viagens por dia para a região, nos horário: 7h, 13h e 23h, sendo 6h25min de viagem, e a passagem custa R$ 88,16. Vale lembrar que o terminal rodoviário de Salvador cobra taxa de embarque no ônibus de R$ 2,00, então para embarcar tem que comprar além da passagem, essa taxa de embarque.

Chegando em Lençóis, já temos essa vista espetacular da cidade, que é bem bonita, charmosa e tranquila.

Lençóis/Bahia

Fomos direto à Pousada Piçarras, pense numa hospedagem excelente e com uma equipe fantástica.

Pousada Piçarras – Lençóis/Bahia

Por volta das 15:30 a equipe da agência de turismo nos buscou para levar até a parte de cima da Gruta do Lapão onde iríamos fazer o rapel, numa descida de 50m, com toda segurança e apoio do Martins e do Rudi.

A Chapada Soul foi nossa parceira nessa viagem.

Martins, Gildo, Rudi e Pedro, na Gruta do Lapão.

Tentei de toda forma fazer, mas, pelo medo que ainda tenho de altura, não consegui, mas meu amigo, Pedro, conseguiu descer e disse que curtiu demais a descida.

Dentro da gruta dá para fazer fotos muito massa e ainda ter essa experiência da descida para os que não tem esse pavor de altura.

Pedro dentro da Gruta do Lapão após a descida de rapel.

Voltamos para a cidade de Lençóis e ali curtimos um pouco da cidade.

A noite de Lençóis em bem agitada e até que não estava tão frio. Lá aproveitei para comer acarajé, que tem de dois tamanhos a pequena que custa R$ 1,00 (tipo degustação) e a de R$ 8,00 (bem maior), para os amantes desse quitute baiano.

Como comi da pequena, fui jantar na noite, lá tem a tão conhecida rua da Baderna, onde acontecem músicas ao vivo e muita comida boa. Terminando o dia, de uma forma que fiquei sem palavras. Lençóis é linda e vale a pena conhecer. Fechando esse dia com chave de ouro, porque no outro dia estaríamos seguindo para o roteiro das gutas. Que será tema de nossa próxima matéria.

E o segundo dia já amanheceu assim, com muito sol, e a vista da igreja, aproveitando o momento do café da manhã na pousada, e que café da manhã delicioso hein.

Café da manhã na Pousada Piçarras – Lençóis/Bahia

Após o café, o nosso guia Martins, da Chapada Soul, foi nos buscar para levar a um dos passeios que estava mais ansioso para fazer, o Poço Encantado e o Poço Azul. 

Antes de seguir para o Poço Encantado, passamos pela barragem de Itaetê, onde pudemos ver a cor da água que sofre influência do tanino, e por isso tem a cor escura.

Barragem de Itaetê/Bahia

Aproveitamos para comprar alguns souvenires na barraca do Batman, ops, do Morcego e seguimos viagem até o Poço Encantado. As grutas com poços de água cristalina são atrações muito singulares na Chapada Diamantina.

A combinação entre as formações rochosas, a transparência da água e a incidência da luz solar criam uma atmosfera mágica, tornando o Poço Azul e o Poço Encantado, dois atrativos de tirar o fôlego de qualquer um.

Uma das coisas que mais impressiona nos poços é que, mesmo com a profundidade, com áreas que variam de 20 a 60 metros, é possível ver nitidamente tudo o que está no fundo, como pedras e troncos de árvores. À primeira vista, ainda é possível confundir onde termina a rocha e onde começa o meio aquático. Uma das justificativas para tanta limpidez é a existência de elementos como o carbonato de cálcio. De acordo com Ismael Júnior, “ele filtra a água, contribuindo para a sua transparência”.

Poço Encantado – Itaetê/Bahia

O Poço Encantado tem sua água azulada e muito transparente, e no período de abril a setembro é iluminado por raios solares. É o local onde reside um bagre albino cego. Não é permitido a entrada para banho e a permanência no local por grupo é de até 15min.

O Poço Encantado é maior e mais profundo, com 98 metros de comprimento e 49 de largura. Neste, não é permitido entrar na água, mas vale a pena visitá-lo para contemplação. Já no Poço Azul é permitido realizar flutuação pelos seus 40 metros de extensão e 20 metros de largura. O que faz com que um seja aberto à flutuação e o outro seja fechado, é que no Poço Azul a água é corrente, portanto a ação humana não afeta a visibilidade, diferente do Poço Encantado.

Após encher os olhos com a beleza do Poço Encantado, nos dirigimos ao Poço Azul, maior sítio paleontológico submerso do Brasil, onde encontraram ossadas de preguiças gigantes e tigres dentes de sabre. Ali pudemos desfrutar da flutuação. Ah, não é permitido o pulo ou agitação dentro da água. Todos usam coletes, máscaras de mergulho e snorkel. Mesmo que não saiba nadar, o colete não deixa que afunde. E o bacana é poder observar o fundo do Poço Azul e imaginar que ali foram retirados ossos que montam preguiças de mais de seis metros de altura.

O Poço Azul é o maior sítio paleontológico submerso do Brasil. Em 2005, fósseis de vários animais foram resgatados a mais de 15 m de profundidade.

Poço Azul

Foram identificadas 14 espécies diferentes. Entre os achados, chama a atenção o de um esqueleto quase completo de um mamífero herbívoro gigantesco que viveu em todas as Américas até cerca de 11 mil anos atrás: a preguiça terrícola, que chegava a medir 6 m de comprimento. Durante o trabalho, coordenado pelo paleontólogo Cástor Cartelle, da PUC de Minas Gerais e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), também foram coletados fósseis de outra preguiça terrícola, que permitiram ao pesquisador fazer uma nova descrição dessa espécie, antes classificada de forma equivocada. (informações do Guia da Chapada Diamantina)

Aquela foto tremida por conta de pouca luz no Poço Azul.

Após esse dia fantástico de passeio, conhecendo esses Poços, nada melhor que curtir uma noite que começava a esfriar em Lençóis, com uma deliciosa carne de sol na chapa com aipim frito. De barriga cheia, hora de descansar, pois o terceiro dia reservava para nós a maior Cachoeira do Brasil, Fumaça, que ficará para a próxima publicação.

Cachoeira da Fumaça

Em nosso terceiro dia no Parque Nacional da Chapada Diamantina, fomos à tão conhecida Cachoeira da Fumaça.

Trilha para a Cachoeira da Fumaça.

Ás 08:30h saímos de carro de Lençóis para o Vale do Capão, onde iniciamos a trilha para a Cachoeira da Fumaça. Seguimos por trilha, sendo uma constante o visual do Vale do Capão, que vai descortinando seus morros, vales e serras, junto com sua rica fauna e flora, orquídeas, sempre-vivas; e à medida que subimos sentido os Gerais da Cachoeira da Fumaça, nos aproximamos da vista daquela imensa queda d’água.

Percurso de subida até a cachoeira.

A Cachoeira da Fumaça é uma das mais belas e altas quedas d’água do país, com 380 metros, e para acessá-la por cima é preciso enfrentar 2 km de trilha íngreme. Por isso, para a construção de 50 metros de passarela foi preciso contar com a colaboração de muitas pessoas. Todo material foi transportado no braço, incluindo de alguns visitantes e voluntários que se dispuseram a levar tábuas ladeira acima. (Guia da Chapada Diamantina)

Travessia construíra pela equipe do ICMBio e voluntários da região.
Mirante da cachoeira da Fumaça.
Só pra ver se a foto ficou boa 😀

Ao final do passeio, ainda degustamos de um dos quitute da região, pastel de jaca verde e de lá fomos para a Cachoeira do Riachinho, queda d´água forte e poços grandes e espaçosos para nos banhar e relaxar.para fechar o dia.

Pastel de jaca verde.

No quarto dia, tomamos aquele café reforçado em nossa Pousada e logo a equipe da agência de turismo passou para nos buscar e levar a um lugar incrível, ou melhor, a lugares incríveis, iniciando pela Gruta da Lapa Doce, que faz parte de um complexo de cavernas com cerca de 20km mapeados. Ampla, arejada é plana, surpreende pela grandiosidade de sua entrada, com 72m de altura.

Vista de dentro, da entrada da Gruta da Lapa Doce.

Lá pudemos ver varias formações como estalactites e estalagmites e de acordo com o nosso guia, brincando com uma das formações, estalagtetas.

Estalactites, vistas dentro da Gruta da Lapa Doce, tem de vários formatos, tamanhos e cores.

Viajar ao centro da terra é sempre uma experiência misteriosa que ativa memórias, aguça os sentidos e estimula a criatividade. Muitas vezes, ao ouvir a palavra “caverna”, nosso imaginário nos conduz a um ambiente apertado, escuro e meio assustador. Mas nem sempre é assim. Conceitualmente, cavernas são cavidades que possibilitam o acesso de seres humanos. São formadas naturalmente, devido a uma série de processos geológicos ao longo de milhares de anos e apresentam salões, corredores e formações esculpidas também pelo efeito da água. De fato, muitas cavernas podem causar desconforto devido às suas passagens estreitas, mas também existem cavernas imensas, com salões amplos e vários metros de altura, eliminando a sensação claustrofóbica. É o caso da Gruta da Lapa Doce, em Iraquara, um dos atrativos mais famosos da Chapada Diamantina e uma das maiores do Brasil, com seus mais de 25 km de extensão.

Gruta da Lapa Doce – Foto: Guia da Chapada Diamantina

Qual a diferença entre gruta e caverna?

“Nenhuma. Outros nomes também representam essas cavidades, como Lapa, Gruna, Toca e outros. Essa denominação tem a ver com os termos regionais e não com o tipo de cavidade. Tecnicamente, só existe diferença de denominação para abismo, onde a profundidade é maior que o trecho horizontal e para abrigo sob rocha, onde de maneira simplista, o trecho horizontal é menor que a altura da entrada, ‘boca’ “, esclarece Alexandre Lobo, espeleólogo do Grupo Bambuí de Pesquisas Espelológicas. (Guia da Chapada Diamantina).

Mergulho em cavernas

Continuando nossa viagem, ainda no quarto dia, saímos da Lapa Doce e seguimos para almoçar na Fazenda Pratinha, depois do almoço, corri para a parte da flutuação com pé de pato, colete salva-vidas e snorkel, fazendo o chamado espeleomergulho (mergulho em cavernas), a água é muito transparente e tem uma tonalidade azulada, e o mais incrível é ao sair da caverna, com a cabeça dentro d’água olhando pra saída da gruta, você vê os raios de sol entrando e o azul intenso, realmente um espetáculo, além de ver os peixes nadando ao seu lado.

Flutuação na gruta da Pratinha.

A Fazenda Pratinha é um verdadeiro paraíso aquático com piscinas naturais. Eleita a terceira água mais cristalina do mundo. Não por acaso recebeu o título de “Oásis do Sertão”.

Entrada da Gruta da Pratinha

Depois da flutuação ainda fiz tirolesa, por duas vezes, com 80 metros de extensão e 12 metros de altura. O percurso transmite uma sensação de voo livre e termina deslizando no rio de águas cristalinas. Depois seguimos para visitar a Gruta Azul, chegamos bem na hora que o raio de luz tocava a água.

Tirolesa nas águas da Fazenda Pratinha.

E para finalizar o dia com chave de ouro, Morro do Pai Inácio, velho do céu, que lugar incrível. Chegamos antes do por do sol para poder admirar esse espetáculo da natureza. Ah, para os eternos apaixonados, lá tem uma pedra no formato coração, para tirarem fotos!

Aquele momento em que você para só pra admirar.
Pedra dos apaixonados na parte de cima do Morro do Pai Inácio.

O morro chega aos 1.150m de altitude. Com uma vista fascinante, de onde se observa morros famosos como o do Camelo e os Três Irmãos, o atrativo tem o pôr do sol mais famoso da região, levando centenas de pessoas ao seu topo para contemplar o visual.

Colocando as pernas pra pegar aquela brisa na beira.

QUEM É PAI INÁCIO?

Diz a lenda que este nome refere-se a um escravo que namorava às escondidas com a filha de um coronel. Perseguido por seus capangas, Inácio teria subido o morro e, sem ter para onde fugir, pulado com um guarda-chuvas aberto, para amenizar a queda. Segundo a tradição popular, o escravo conseguiu sobreviver.

Tradição popular

Parque de Muritiba

E no quinto e último dia, a nossa agência de turismo na Chapada Diamantina, Chapada Soul, reservou um roteiro para o Parque de Muritiba.

O Parque de Muritiba é repleto de locais para banhar.

Saímos às 8:30 da Pousada Piçarra, depois daquele café da manhã delicioso e seguimos para conhecer um pouco da cidade de Lençóis, sua história e sua cultura. Logo seguimos para o Parque que fica praticamente dentro de Lençóis.

Caldeirões do Serrano e Lençóis de plano de fundo.

Encontramos varias corredeiras e cachoeiras, vários pontos para banhar pelo caminho. Fizemos um passeio com calma, já que teríamos o dia para fazer apenas essa visitação (que foi por nossa escolha).

Cachoeirinha

Passamos pelos caldeirões do Serrano, poço Halley, cachoeirinha e Cachoeira Primavera, entre outras. Passamos pelo Salão de areias coloridas e fizemos até fotos para fingir uma escalada.

Passamos pelo salão de areias coloridas e nosso guia nos mostrou na pele cada cor das areias.

Ao final do dia paramos para observar Lençóis pelo mirante e ao final ficar boiando na Cachoeirinha. Voltando para Lençóis, aproveitamos para almoçar (custos do pacote pela agência) quase 16h, e descansar, já que este foi o último dia em Lençóis, às 23h iríamos pegar o busão da Rápido Federal para Salvador, lembrando que a passagem nos custou R$ 88,16.

Da Chapada Diamantina, o que ficou foi saudade, vontade imensa de voltar e rever os amigos que fizemos! Vale muito a pena você passar alguns dias, suas férias e até mesmo feriados na Chapada, fiquei 5 dias, mas sei que teria que ficar mais 30 para conhecer pelo menos metade do que o Parque Nacional tem a oferecer! Valeu Chapada Soul!

2 comentários em “Curtindo a Chapada Diamantina”

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